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31 de mar. de 2010

Meus escritos


Já  me habituei à solidão.
Convivo com as letras, muito embora ao contemplar meus escritos, concluo que não passam de meros gritos no silêncio da minha insignificância; sem  nenhuma expressividade.
São linhas irônicas, por vezes, até agressivas de alguém que simplesmente quer  e ao mesmo tempo não quer chamar a atenção.
Quando quero, sou como criança se exibindo numa espécie de:
- "olha o que eu sei fazer!"
Quando não quero escrevo assim mesmo, na certeza de que ninguém perderá mesmo seu precioso tempo lendo tamanhas tolices.
Ah, mas na realidade, elas são bem reveladoras daquilo que sou e penso.
Me viram do avesso, me tiram as máscaras.
É difícil fingirrquando se escreve.
As verdades, quando não explícitas estão nas entrelinhas.
As palavras sempre nos traem.
Gostaria imensamente de escrever algo que não sou, mas surgem somente letras que me descrevem:
mulher,
anárquica,
com alma de artista,
vomitando várias coisas até então, engasgadas na garganta.

29 de mar. de 2010

O Pintor do meu prédio.


Parei para observar o pintor do meu prédio e resolvi escrever sobre ele. Estou tão feliz , pois está ficando tão bonitinha a fachada do Chrissanto! O interessante é a forma que ele utiliza para pintar: pendurado em uma corda, sobe e desce com a lata de tinta e com o rolo, realizando seu trabalho; nem sequer sabe que está sendo observado. Até a Sarah achou interessante aquele vulto na janela, atrás da cortina cerrada. Ficou olhando, olhando...

Diário da Sarah


Compramos uma boneca para a Sarah, como é bem comum aos papais fazerem. Ela ainda é bem pequenina e achou o objeto estranho. Aos poucos vai se acostumando com a idéia. já tem vários brinquedinhos, mas por enquanto, ainda não se apegou a nenhum. Gosta é da toalhinha que uso para enxugar sua boquinha. Ela reconhece que a toalhinha é para limpar os lábios; leva a mesma toda hora no rosto e sem coordenação acaba enxugando a testa, os olhos, menos a boca. Queríamos uma boneca que reportasse aos afro-descendentes, mas a que existia na loja onde compramos, não estava bem feita; era marron de olhos bem azuis. Não a consideramos autêntica. Mas está nas nossa lista comprar uma assim que pudermos. Pensamos ser interessante ter brinquedos que nos façam respeitar diferenças. Assim, a Sarah vai se colocando melhor no mundo, com relação às diferenças e aprendendo a respeitá-las. Como ela é parda, ficou bem ela com a boneca loura nos braços. Acho que conseguimos passar perfeitamente o nosso objetivo que é o de criá-la sabendo rejeitar todo tipo de preconceito.